quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O genearca da Família Caracas

O ancestral comum do Capitão José Pacífico da Costa Caracas e do seu irmão, o Alferes João Alves da Costa Caracas, residiu na pessoa do genearca da família, o Coronel Pascoal Correia Vieira, homem branco, que chegou ao Ceará como um dos capitães do regimento do pernambucano coronel João de Barros Braga, quando em perseguição aos índios Tapuias fugitivos do Rio Grande. Essa expedição foi ordenada em 1727, e foi responsável pela expulsão desses índios do Ceará para o Piauí. Na expedição anterior, isto é, na de 1715, ordenada pelo Governador-Geral de Pernambuco, é mandado perseguir por todos os meios o Gentio bravio do Ceará. A mesma vinha com expressa recomendação de “extingui-lo, cativá-lo, ou afugentá-lo, a fim de prevenir os danos que causam aos colonos". De uma feita o Coronel Pascoal Correia Vieira, na bacia do Banabuiú, matou grande número de inimigos e aprisionou cento e vinte e cinco cabeças (era assim como se referiam aos índios). Esta medida, hoje tida como cruel e desumana, na época era essencial para a colonização do Brasil. Através dela, o homem, vindo da Europa, podia erigir sua casa, levantar seu curral e cultivar a terra. O historiador Raimundo Girão, em “Pequena História do Ceará” referindo-se ao Coronel Pascoal Correia Vieira, diz:

“Foi seu lugar-tenente, nesse afanoso mister das lutas contra o desconhecido e o perigoso, o Coronel Pascoal Correia Vieira, português que se casou com Ponciana de Sousa Barbalho, da família Montes e Silva, de grande influência aqueles idos e célebres, na crônica cearense, pela disputa sangrenta em que se empenhou com os Feitosa, no primeiro quartel do século 18. De Pascoal Vieira descendem, entre outras, as famílias Correia Vieira, de Quixeramobim, os Vieira, de Mombaça, os Castelo Branco, de Quixeramobim e de Baturité”, e os Caracas de Baturité e Tauá. (ampliação em itálico feita pelo o autor).

O referido coronel nasceu em Portugal, no ano de 1686, no lugar Idelfonso perto da cidade de Braga, no Concelho da histórica Póvoa do Lanhoso, proveniente da família Vieira, originária de Vieira do Minho. Estava, portanto, ligado às matrizes heráldicas e as velhas casas nobres de Portugal.
Era, no seu tempo, uma das pessoas mais importantes da província do Ceará. Sua influência cobria as terras hoje pertencentes aos municípios de Quixeramobim, Morada Nova, Quixadá e Baturité.
Com apenas 35 anos, já possuía grandes porções de terras adquiridas através de sesmaria, num total de 09 léguas de suas datas. Seu pai era o Português, Coronel Nicolau Correia Vieira, e a sua mãe, também lusitana, chamava-se Dona Custódia Rabelo Vieira.
Era casado com Dona Ponciana de Sousa Barbalho Monte, nascida em 1691, em Pé do Banco, Sergipe, e falecida a 10 de fevereiro de 1771. Era sesmeira e da importante família Monte. A mesma que em 1724 e 1725, esteve em conflito armado com a família Feitosa, por causa de terras. Este conflito deu-se com o tio de Ponciana, o Coronel Francisco de Montes e Silva - fundador do Icó. Segundo o historiador, Antonio Bezerra, em ‘Algumas Origens do Ceará’, ele, já em 1707, residia na sua fazenda Pilar, herdada de seu pai, João de Montes Bucarro, oficial brioso e valente, que veio do Rio São Francisco para o Rio Grande e depois para o Ceará. A mãe de Ponciana chamava-se Dona Vitória Leonor de Montes e Silva, nascida em Penedo, Alagoas, era irmã do Coronel Francisco de Monte e Silva, e o pai chamava-se Gaspar de Sousa Barbalho. Este era alferes da Guarda Nacional, sesmeiro no Riacho de Figueiredo, Ceará e nascido no Rio de São Francisco. Morou em São João do Jaguaribe e no Icó. Faleceu em 01 de agosto de 1711. Dona Vitória Leonor de Montes e Silva, por sua vez, era filha do Coronel João de Montes Bucarro, nascido em Penedo, Alagoas. Este era filho de Jorge de Montes Bucarro e de Paula Martins.
O Coronel Pascoal Correia Vieira e Ponciana de Sousa Barbalho Monte, eram pais de:
Eram pais de:
 Emerenciana Correia Vieira, nascida em Russas, no ano de 1715 e batizada em 15 de fevereiro de 1715 na igreja de São João do Jaguaribe. Era casada com o Tenente-Coronel Matias Pereira Castelo Branco, nascido em 1710 no Concelho e Distrito de Viseu, Portugal. Deste casal descendem os Castelo Branco, que no século XVIII já se encontravam em Baturité e adjacência.
Eram pais de:
 Dona Gertrudes Pereira de Vasconcelos, casada em 08 de setembro de 1772, na freguesia de Russas, com o Capitão José Gomes Barreto. Este filho do oficial português, Comandante do regimento da freguesia do Quixeramobim e Vargens do Jaguaribe, Coronel Manoel Gomes Barreto, nascido no Concelho de Cantanhede, distrito de Coimbra, Portugal, em 1703 e falecido em 05 de dezembro de 1773, e de Maria Pessoa da Silva, nascida em Quixeramobim. Sendo ela filha do Capitão-mor Manuel Pessoa da Silva e de Francisca de Sousa Montes. Ambos portugueses.
Eram pais de:
 Dona Teresa Paes da Silva, pernambucana, nascida no Cabo de Santo Agostinho. Casada com o português, natural de Lisboa, Manoel Álvares da Costa.
Eram pais de:
 Manoel Álvares da Costa Júnior, nascido no Riacho do Sangue, Jaguaretama. Casado com Dona Teresa Maria de Jesus, nascida em Quixeramobim, em 28 de maio de 1790.
Eram pais de:
 João Alves da Costa, de Quixeramobim, que se casou com Maria Madalena de São José, e tiveram uma prole de 09 filhos. A origem da família Caracas, no entanto, deveu-se, somente, por parte da sua linhagem masculina. Eram eles:
José Pacífico da Costa Caracas - Capitão da Guarda Nacional. Patriarca dos Caracas de Baturité.
João Alves da Costa Caracas - Alferes da Guarda Nacional. Patriarca dos Caracas dos Inhamuns.
Os Correia Vieira, descendentes de Pascoal Correia Vieira, os Montes e Barbalhos de Ponciana de Sousa Barbalho Monte, ligam-se aos descendentes do Sargento-mor Caetano Freire do Prado, nascido na freguesia da Paraíba, que, conforme Vinícius Barros Leal, em ’Histórias de Baturité’, já se achava em Cascavel e adjacências na segunda metade do séc. XVIII. Esta afirmação pode ser comprovada pela sesmaria a ele concedida, em 10 de janeiro 1792, pelo Capitão-mor do Ceará, Luis da Motta Féo e Torres, das sobras das terras do Batuque, Riacho do Figueiredo. Casou-se com Isabel Álvares Martins, em 20 de fevereiro de 1730, na freguesia de Aquiráz. Esta faleceu em 26 de novembro de 1757. Eram pais de:
 João Freire do Prado, que morava em Russas.
 Caetana,
 Damásia,
 Isabel,
 Agostinha,
 José Martins,
 Manuel.
A mãe de José Pacífico da Costa Caracas (Capitão Caracas) e de João Alves da Costa Caracas (Alferes João Caracas), Maria Madalena de São José era filha do Tenente José Álvares da Costa, natural de Aracati, e de D. Maria Madalena do Coração de Jesus, natural da Serra dos Martins, Rio Grande do Norte.
O Tenente José Álvares da Costa era tio do pai dos patriarcas da família Caracas.

3 comentários:

  1. Emerenciana de Souza Barbalho era filha de Pascoal Correia Vieira c.c Ponciana de Souza Barbalho e não como está no texto.

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  2. Obrigado pela observação. Corrigido o lapso.

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  3. Prezado Rocildo

    Tenho grande interesse no estudo da assinatura Barbalho. Inclusive estava tentando desenvolver o máximo possível da genealogia dela em todo Brasil, pois, esta chegando rápido o momento de celebrarmos os 500 anos de presença dela no pais.

    Gostaria de saber se tem alguma informação maior a respeito do Gaspar de Sousa Barbalho. Sei que ele deve ter nascido por volta de 1670. O que o coloca bem próximo (duas gerações depois) dos netos de meu ancestral (Antonio) Brás Barbalho Feyo.

    Gostaria de saber ao que se refere o nascimento dele em Rio de São Francisco. Tentei ver se encontrava cidade ou distrito com esse nome e não encontrei. Essa localização seria importante para tentarmos encontrar quem foram os pais dele e, quem sabe, os avos, pois, com esses penso ser possível vincula-lo aos primeiros chegados ao Brasil.

    Sei que ha Barbalho do ramo do governador Luiz Barbalho Bezerra em São Francisco do Conde, na Bahia. Antigamente tinha o nome de São Francisco do Conde da Barra do Sergipe. (O rio era o Sergipe, que corta o Recôncavo Baiano).

    Em meu site, www.https//val51mabar.wordpress.com/ tenho escrito diversas paginas a respeito da genealogia de meus familiares, os quais tem vínculos com os Barbalho primeiro chegados a Pernambuco, depois migrantes para a Bahia e Rio de Janeiro, e por fim Minas Gerais, quando se estabeleceram no início do Ciclo do Ouro.

    Outros detalhes que possam ajudar-lhe, tentarei fazer o melhor que puder. Agradeço `a atenção dispensada. Cordialmente,

    Valquirio de M. Barbalho
    valbarbalho@hotmail.com

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